sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Das pessoas que fazem falta

Conheci o padre Jenaro numa vigília para peregrinos, na Catedral de Santiago, no final do caminho Primitivo, que fiz em 2006 com a Pilar.
No fim do encontro, comunicou-me (foi mesmo assim, assertivo, não foi um convite nem um pedido): "Amanhã no confessionário número 2".
Respondi-lhe, timidamente e envergonhada, que já não sabia como me confessar.
Deu uma gargalhada e abanou a cabeça:
"Ai estes jovens".
No dia seguinte confessei-me com ele. Demos as mãos e conversámos.
Desde então, sempre que voltei a Santiago, ia ter com ele ao confessionário nr. 2. Reconhecia-me sempre - "Joana, de Lisboa" - e abria um sorriso.
Ainda lhe mostrei a minha barriga de grávida de 5 meses. Estávamos à espera que o tempo melhorasse para levar a Pilar a Santiago. Queria tanto que ele a conhecesse...
Esta é a minha história com Jenaro Cébrian.
O que ficará para a História é que Jenaro Cébrian era o responsável pelos peregrinos na Catedral de Santiago e fez muito, muito, muito pelo Caminho.
Morreu no dia 1 de Janeiro, aos 75 anos.