sábado, 7 de setembro de 2013

Entrar num táxi e sair quase a chorar

"Só estou nos táxis desde janeiro. Tive de me virar para aqui. Era gestor comercial, fiquei desempregado já tinha mais de 50 anos. Demasiado novo para a reforma, demasiado velho para arranjar um emprego. Estive no desemprego três anos. Enviei muitos currículos, falei com muitos dos meus antigos contactos, mas nada. As empresas estão a cortar, não metem ninguém. E quando metem, querem pagar 700 ou 800 euros para o trabalho que eu fazia, tinha cinco referências e uma equipa a meu cargo. Comecei a ver anúncios, para cozinheiro não dava. Como sempre conduzi e tenho a carta de pesados, vim para os táxis. Mas isto é uma vida muito dura, nem sei como é que alguém aguenta 30 anos disto. Seis dias por semana, 12 horas por dia. E para muitas vezes levar para casa, ao fim do dia, 10 ou 15 euros. O que vale é que a minha mulher tem um bom emprego e ela é o pilar da casa. Se eu vivesse só do táxi, morava numa barraca."*



*Relato do taxista que hoje me levou da redação para a Sé, para uma reportagem.



(Puta da crise)

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